1.5.17

Capitulo 7

CAPITULO 7

Joseph

Na quarta-feira de manhã eu estou no escritório do Procurador dos Estados Unidos, participando da rudimentar, mas emocionante atividade por trás das cenas que impede a queda do sistema judicial com um grito: negociação do acordo com os promotores. É uma responsabilidade cotidiana e diária, mas a emoção vem por meio de negociação. Eu sei que o meu cliente é culpado e o promotor, também, mas é o meu trabalho convencê-los a sair ganhando, de modo que o tempo e o precioso dinheiro do contribuinte seja economizado, então a carga tem que ser menor e a pena reduzida.

Sigo Ângela Cassello, uma pequena explosiva advogada ruiva, pelo corredor movimentado. — Ele é associado com pessoas com os mesmos interesses, as pessoas procuram atributos físicos específicos em um sócio, não têm tempo para investigar um potencial parceiro. — Explico. Diplomacia na sua melhor expressão. Também conhecida como um monte de merda.

— Ele é um canalha. — Argumenta Angela. — O fato de que ele é rico não o faz menos cafetão.

— É um casamenteiro.

— Hah! — Argumenta, sem diminuir o ritmo. — E a próxima coisa que você vai me dizer é que os traficantes de drogas são farmacêuticos.

Isso realmente é bom, talvez eu use no futuro.

— Olhe. — Me apoio contra a parede, forçando Angela a sair do meu lado. — Não trabalha com meninas menores de idade, não atravessa fronteiras estaduais, não há alegações de abuso. É um peixinho, Angela, um peixe sem vítimas inofensivas. Você tem tubarões para fritar. Se isso fosse Nevada, ele não seria sequer cobrado.

— Se o seu cliente fosse mais esperto, ele teria se estabelecido em Nevada.

— Ele vai se declarar culpado de Evasão fiscal. Mas você tem que fazer que as sérias acusações sejam retiradas.

— Ah sim, porque crimes financeiros cometidos pelos obscenamente ricos, são socialmente aceitáveis. Já os crimes sexuais são malvistos, pelo menos quando eles são capturados.

Às vezes, a melhor resposta é nenhuma resposta. — Vou esperar.

Ela suspira. — Você tem sorte que você me agrada mais do que o seu cliente, Shaw. Tomaremos a Evasão fiscal. Mas eu quero que vá para a cadeia. Ele não vai sair com liberdade condicional ou prisão domiciliar.

— Instalação de baixa segurança e temos um acordo.

Estende sua mão e a aperto. — Vou enviar os documentos para o escritório esta semana.

— Você é a melhor, Ângela.

Empurra meu ombro de brincadeira. — Você diz isso a todos as promotoras.

— Somente as bonitas.

De volta ao meu escritório, eu abro minha maleta e tiro minha correspondência de ontem que peguei essa manhã. Me sento, bebo meu café, e passo por cima dela. Lixo, lixo, conta, lixo... um envelope me chama a atenção.

Cinco por sete, branco, dirigido a mim com caligrafia manuscrita ... O endereço do remetente é o pai de Jenny.

Eu abro e puxo o cartão marfim.

E é como se uma bomba nuclear explodisse na minha cabeça.

Meu cérebro deve ter se tornado cinzas, virando analfabeto, porque eu mal posso distinguir as palavras.

Nos honraria com a sua presença...
Jenny Monroe...
James Dean...
Junho...
Casamento... casamento... casamento...

— Que diabos?

Isso chama a atenção de Jake. Ele se vira na cadeira. — O que é isso?

Eu tento entender, agarrando-me a uma teoria que faça sentido. — Você já fez isso? É uma piada?

Ele aponta para si mesmo. — Você já me viu fazer uma piada? A propósito?

É verdade. As piadas não são seu estilo.

Brent, por outro lado ... Isto é a cara dele.

Saio da minha cadeira e piso no escritório de Brent e Demi.

— Supõe que isso deveria ser muito engraçado? — Acuso, forte e desesperado.

Pega o cartão com os dedos. — Eu não sei por que seria. Marfim não é uma cor particularmente divertida.

E, em seguida, lê-lo. — Wow. — Ele levanta os olhos para o meu rosto com cuidado, em seguida, volta para o convite. E novamente murmura: — Wow!

Demi se levanta de sua mesa. — O quê? Por que estamos dizendo wow?

Brent rapidamente mostra-lhe o convite. Entendimento aparece em seus olhos.

— O que ...? Merda.

Suor aparece na minha testa e meu peito aperta como se eu estivesse tendo um ataque de pânico. Eu pego o cartão, e Brent e Demi logo vêm atrás de mim. Volto para o meu escritório, necessitando gritar com alguém.

E sei que alguém.

Disco os números conhecidos no telefone. Mas de repente eu paro com a voz que responde.

— Mary?

— Olá papa.

— Por que não está na escola? — É uma hora antes no Mississippi, mas ainda deveria estar na escola.

— Temos o dia de folga. Reunião de professores.

— Onde está sua mãe?

— Ela está se aprontando para o trabalho.

— Coloque ela no telefone.

Há um sussurro, uma conversa abafada e, em seguida, minha filha retorna à linha. — Mãe diz que está atrasada para o trabalho, que irá retornar a chamada.

Não acredito.

— Mary — falo — diga sua mãe que eu lhe disse para atender o maldito telefone agora.

Há uma pausa de choque. Em seguida, um sussurro. — Você quer que eu diga isso?

— Diga exatamente isso. — Insisto. — Você não vai ficar em apuros.

Com um pouco de entusiasmo demais, grita: — Mãe! Papai disse para atender o maldito telefone agora!

Eu quase posso ouvir Jenny pisando forte para o telefone. — Você perdeu sua mente? — Ela grita segundos depois. — Que você disse a minha filha para me dizer palavrões? Vou te machucar!

— Você já me machucou! — Solto. — O que diabos eu estou olhando agora, Jenn?

Obviamente não pode ver o que eu estou vendo, não é o meu melhor começo, mas é difícil de ser lógico, quando você foi chutado nas bolas.

— Eu não sei, Joseph, o que o inferno que você está olhando?

— Bem, parece um convite de casamento de merda!

Ela respira, surpresa. — Oh, meu Senhor. — Então, com um grunhido não dirigida a mim, ela diz: — Mãe! — Uma luta começa com tons agudos e irritados inaudíveis. Em seguida, volta para mim. — Joseph?

Meu aperto aperta no telefone. — Estou aqui.

Jenny engole. — Você se lembra da notícia de que eu estava indo para te dar este fim de semana? Vou me casar, Joseph.

É como se ela estivesse falando outra língua, escuto as palavras, mas elas não têm sentido.

— Filha da puta!

— Eu ia dizer ... — Ela diz.

— Quando? Nas bodas de ouro?

— Tente se acalmar. Eu sei que você está com raiva ...

Mas eu não sou. — Até agora a pouco eu estava com raiva, mas agora estou de dar medo. — Olho de novo para o cartão. — Quem no inferno é James Dean? E que tipo de nome é James Dean, de qualquer maneira?

Brent escolhe este momento para comentar em voz baixa. — O mesmo como um de nossos melhores atores americanos. Rebel Without a Cause, Gigant com Elizabeth Taylor...

— Elizabeth Taylor. — Jake abre a boca. — Era sexy quando ela era jovem.

Eu ignoro as divagações idiotas e me concentro no que diz Jenny.

— Nós temos nos visto por alguns meses. Ele perguntou-me há três semanas.

Um pensamento perturbador me ocorre e vai direto para a minha boca.

— Está grávida?

O tom de Jenny parece ofendido. — Por que você pergunta? Você acha que estar grávida é a única maneira que eu posso conseguir um homem para se casar comigo?

— Não, mas entre você e sua irmã ...

— Não fale sobre a minha irmã! — Agora ela também está gritando. — Não quando você tem um irmão que vive em uma caravana e da venda de maconha para crianças em idade escolar!

Chuto minha mesa. — Eu não quero falar sobre Ruby ou o fodido Carter! Eu quero falar sobre essa ideia ridícula que está passando pela sua cabeça. — Então um pensamento pior se move rapidamente através do meu cérebro. ... — Ele esteve perto de Mary?

Respira lentamente, sussurrando culpada. Sabia-o. — Sim. Às vezes ele vem para o parque com a gente.

— Ele é um homem morto!

Morto. Desaparecido. Acabado. Penso em todos os cenários, o assassinato mais perfeito que já foi feito, e planejo infligir todos a esse James Dean porra.

— Pare de gritar comigo! — Ela grita.

— Então pare de ser estúpida! — Vocifero.

Afasto o telefone do meu ouvido, enquanto o volume de Jenny ameaça romper o tímpano.

— Muito bem! Você quer gritar? Vamos gritar bem alto, Joseph, porque isso vai resolver tudo!
Demi corre para a mesa e rabisca furiosamente em um bloco.

Pare! Tome um fôlego. Irritá-la não vai chegar a qualquer lugar.

Minhas narinas e meu rosto parecem de pedra. Mas eu fecho meus olhos e eu faço diretamente. Eu engulo o arsenal de insultos que foram carregados e bloqueados na minha língua.

— Sinto muito por ter gritado. Eu sou apenas ... isso é demais para processar e assimilar. — Mas aumento o tom com cada palavra. — E a ideia de que um filho de uma puta, eu não sei, foi perto da minha filha ...

— Sim, você sabe disso! — Responde Jenn rapidamente, como se isso me fizesse melhor. — Ele foi para a escola com a gente, é um ano mais novo. Mas naquela época ele era conhecido pelo nome de Jimmy. Jimmy Dean era o gandula do time de futebol.

Suas palavras afundam, evocando a imagem do pequeno pedaço de merda, magro, de cabelos escuros, óculos fundo de garrafa.

E de volta aos gritos.

— O gandula? Você acha que você vai se casar com a porra de um gandula?

No auge da minha raiva, eu ouço Brent dizer: — Ele está ficando louco.

Jake me observa, fascinado. — Colapso total.

— Silêncio! — Me aconselha Demi.

Mas eu não posso parar.

— Nós o chamávamos de Salsicha unida porque seu pênis era muito pequeno! Era utilizado para recolher as correias dos atletas do chão da sala! Você é a rainha do baile da primavera, pelo amor de Deus! As rainhas da primavera não ficam mais velhas para se casar com gandulas caramba!

— Eu não posso falar com você quando você está assim! Você perdeu sua mente! — Jenny fala novamente.

— Você me fez assim! Ao manter minhas bolas em sua carteira e conduzir minha sanidade ao longo da orla da cidade louca de merda!

Demi coloca outra nota colada no meu rosto.

"Acalme-se!!!" Faça um plano !! Expresse suas opiniões ou vai perdê-la.

São as últimas palavras que me batem na cara, mesmo no limite. Eu esfrego a mão sobre o rosto e respiro fundo, sentindo-me como se tivesse corrido uma maratona.

A voz de Jenny é frio como gelo. — Tenho que ir trabalhar. Vamos falar sobre isso mais tarde.

— Vou para casa, Jenn.

Isso a assusta. E eu quase posso vê-la agitando os braços, da maneira como faz quando está chateado.

— Não! Não, Joseph, fique em DC e apenas ... se acalme. Eu trabalho doze por doze nos próximos três dias. Eu não vou ter tempo para vê-lo...

— Estarei em casa amanhã. — Insisto. — Isso dá-lhe vinte e quatro horas para contar a James Dean que cometeu um erro terrível.

— O quê? — Questiona.

— Ou eu o mato. Eu juro por Jesus, ou rompe com ele ou passará a noite de núpcias com a porra de um cadáver.

— A Necrofilia é tão 1987. — Comenta Brent.

E Jenny desliga.

Bato o telefone e caio na cadeira.

— Merda. — Corro a mão pelo cabelo. — Puta merda! Minha menina ... minha menina vai se casar.
É só então, quando eu digo as palavras lentamente e em voz alta, que me dói. Mas antes de deixar a dor, Demi faz um som de desgosto na parte traseira de sua garganta.

— Em nome de Deus, o que foi isso? — Ela pergunta ironicamente.

— Essa foi a fusão do Iceman. — Responde Jake.

Ela ignora-o, dando um passo mais perto, com os braços cruzados, os olhos duros. — Você é um advogado de defesa criminal, Joseph. Um advogado profissional. E isso foi o show de defesa mais patéticos que eu já vi.

— Este não é um caso, Demi! É a minha vida maldita.

Ela espalha seus braços. — O mundo inteiro é um processo judicial... e nós todos... acusados.

Brent aperta os olhos. — Eu não acho que você está usando adequadamente essa citação.

— Você realmente pensou que você chamar e gritar iria marcar algum ponto em seu favor? Em qualquer caso, você só mexia. Se me chamasse de estúpida, eu diria a você para ir para o inferno.
— Não sabe o que eu estava pensando! Está bem? — E com mais desprezo proponho, lanço: — E Jenny não é como você.

Mas Demi não vacila. — Obviamente, é um pouco como eu, desde que você largou seu patético traseiro. Mas a pergunta que você tem que se fazer é, o que você vai fazer sobre isso?
Tem razão. Eu tenho que sair disso, fazer o meu caso, considerar a demanda, corrigir os problemas. Eu tenho que falar com Jenny (melhor desta vez), e convencê-la a não se casar. E eu não posso fazer isso a partir de Washington.

— Eu tenho que ir para casa. Eu tenho que vê-la cara a cara. Descobrir o que diabos vêm acontecendo. Eu tenho que corrigir isso.

Demi põe a mão no meu ombro. — Um passo de cada vez, construa o seu caso. Coloque ao seu lado. Seja charmoso. Seja você mesmo.

Eu me levanto. — Vou ao recursos humanos para obter uma folga. — Olho para os três. — Vocês me cobrem?

— Claro.

— Com certeza.

Jake concorda.

Antes de sair pela porta, a voz de Demi me para. — Joseph.

Eu viro. Seus olhos são encorajadores, mas o seu sorriso parece... forçado. — Boa sorte.


Assinto. E sem outro segundo de hesitação, eu me preparo para ir para casa.


Um comentário:

  1. Eita q tá começando a pegar fogo!!! Ansiosa pelos próximos capítulos!

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